Derrubamos a montanha procurando a jóia rara, Toda areia virou espelho pra mostrar a nossa cara, Guardamos toda a floresta em frasquinhos de remédio, Não veremos mais o solo, subiu junto com o prédio, Extinguimos os leões, usamos todos no circo, Comemos todos os bodes, logo, esse cheiro hirco, Guardamos as bibliotecas em um pequeno disquete, Gastamos toda a sapota no fabrico do chiclete, Escondemos todo o ouro na boca dos milionários, Usamos toda a madeira na fabricação de armários, Destruímos todo o ferro confeccionando canhões, Comemos enlatados as baleias e os tubarões, Desperdiçamos as ações em discursos eloqüentes, Acabamos os neurônios estudando a nossa mente, Embalamos o laranjal em envelopes de pó, Colhemos todo o algodão para fazer paletó, Exaurimos todos os ratos realizando experiências, Delinqüimos nossa ética em função da conveniência, Assassinamos o futuro ao acreditar na profecia, Deploramos o Criador, que se esgotou na teologia.
Este blog é um registro de poesias e contos de minha autoria.
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Canto dos Amigos
“Eu nunca guardei rebanhos, Mas é como se os guardasse. (...) Não tenho ambições nem desejos Ser poeta não é uma ambição minha É a minha maneira de estar sozinho.” (Fernando Pessoa)
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"Gastei uma hora pensando um verso que a pena não quer escrever. No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira."
Carlos Drummond de Andrade
Passei a vida a amar e a esquecer… Um sol a apagar-se e outro a acender Nas brumas dos atalhos por onde ando…
E este amor que assim me vai fugindo É igual a outro amor que vai surgindo, Que há de partir também… nem eu sei quando…
Florbela Espanca
"...não é mesmo com bons sentimentos que se faz literatura: a vida também não." Clarice Lispector
"Conheceram-se. Ele a conheceu e a si próprio, pois na verdade jamais soubera quem fosse. E ela o conheceu e a si própria, pois, mesmo já se conhecendo, nunca pudera se reconhecer assim." (Italo Calvino)
"E aquela vez foi como sempre e nunca;Vamos ali onde não se espera nadae encontra-se tudo que não está se esperando."Pablo Neruda
"Poesia não é para compreender, mas para incorporar."
Palavras soltas costumam sair de mim, num outro momento,já unidas, costumam formar um poema ou uma história. Escrever para mim é deixar a alma brotar e florescer. Doces palavras, porém, se forem, são melhores; pois, a vida necessita de leveza, mesmo que em breves instantes.
O Poema "O poema essa estranha máscara mais verdadeira do que a própria face." Mario Quintana
"Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece." Franz Kafka
"Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser..."
Fernando Pessoa
"Ler é tomar a palavra alheia, vesti-la, habitá-la por certo tempo."
Affonso Romano de Santana
O Verso
O verso é um doido cantando sozinho. Seu assunto é o caminho. E nada mais! O caminho que ele próprio inventa... Mário Quintana
"No mistério do Sem-Fim, equilibra-se um planeta. E, no planeta, um jardim, e, no jardim, um canteiro; no canteiro, uma violeta, e, sobre ela, o dia inteiro, entre o planeta e o Sem-Fim, a asa de uma borboleta."
Um comentário:
Urubu destruidor
Derrubamos a montanha procurando a jóia rara,
Toda areia virou espelho pra mostrar a nossa cara,
Guardamos toda a floresta em frasquinhos de remédio,
Não veremos mais o solo, subiu junto com o prédio,
Extinguimos os leões, usamos todos no circo,
Comemos todos os bodes, logo, esse cheiro hirco,
Guardamos as bibliotecas em um pequeno disquete,
Gastamos toda a sapota no fabrico do chiclete,
Escondemos todo o ouro na boca dos milionários,
Usamos toda a madeira na fabricação de armários,
Destruímos todo o ferro confeccionando canhões,
Comemos enlatados as baleias e os tubarões,
Desperdiçamos as ações em discursos eloqüentes,
Acabamos os neurônios estudando a nossa mente,
Embalamos o laranjal em envelopes de pó,
Colhemos todo o algodão para fazer paletó,
Exaurimos todos os ratos realizando experiências,
Delinqüimos nossa ética em função da conveniência,
Assassinamos o futuro ao acreditar na profecia,
Deploramos o Criador, que se esgotou na teologia.
Wandecy Medeiros: Puezya
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