A uma amiga poeta
Contrariando o seu curto recado
Persisto em não te abandonarSentada ao meio fio, junto ao sereno
À espera de tudo recomeçar
Insisto no não ter fim
Em não deixar tudo acabar
Escolho o infinito, mudo
O peso, sufocante, da pata de elefante
Desejando mais que uma noite
Quero, de volta, a manhã a me abraçar
Depois das curvas tênues do rosto
Onde as lágrimas, cansadas, se deixam secar
Ainda seguro o retrato em preto e branco
E vejo o colorido das roupas que vesti
Minha memória, fiel, não me trai
Vejo todos, ainda, sorrindo, alí...
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