Fugitivos




Seus contornos me rodeiam

Num espécie de raro torpor

Jorram palavras não ditas

Desejando a frase maldita


Em ti, com tonturas, encontro

Algo similar que temia perder

Te encontro, sem nitidez, antes da minha partida

Sem perceber...


E agora, o que fazer?

Se antes do claro amanhecer

Um amor, bêbado, nos flagrou?

Lá fora, a vida aflita devora


Cada pedaço perdido do desvario

Ofegante respiração entrecortada...

Lembranças bruscas, fragmentadas...


Uma mera coincidência de amar

No espaço, no tempo, no instante de olhar

Juntos, medo de perder

Separados, medo de encontrar...
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