De olhos Fechados


Sou muito mais do que o antes e o depois
Perto estou, quando ao longe me encontro
Aborreço e esqueço
Nos intervalos do meu ser


Não desespero; espero
Nos compassos da razão
Repito, erro e crio
Nas cirandas do meu coração


Procuro, quando já encontrei
Sinto e desminto
Mentiras verdadeiras


Sou inteira
Porque me deixo dividir
Amanheço
Pois que me permito anoitecer
Vejo melhor
Quando meus olhos,
Amanhecidos de encantos
Se fecham.

Enquanto


Doce encanto

Serei portanto

Quando tu me olhares

E enfim me notares

Me verás na tela em branco

Me verás em todos os cantos

Com sorrisos e com prantos

Serei sua, até e enquanto

Nosso amor for sagaz e tanto

E Depois ... Quando?

Nem eu...Nem tu...

Nada saberemos...

Do desencanto.

Poesia com os braços abertos


Ser livre, mera ilusão
Até a liberdade em excesso
Pode se tornar prisão
Livre mesmo é o pássaro
Que de tão incerto destino
Abre suas asas
Engole o ar...
E se deixa abraçar pelo vento!

Primavera



É chegada a hora
Onde a poda se faz necessária
De galhos que ontem floresceram
E Hoje, maduros, se deixarem morrer...

É chegado o tempo
Da pequenina semente germinada
Em épocas passadas, solta e abandonada
Romper a terra, aflita, em busca do sol...

De mãos, outrora, contidas e atadas
Em busca de saciar a fome
Prepararem, seguras, a próxima refeição...

Pois que, a primavera já nos surpreende
Com um corte silente e profundo
Em cada esperançoso coração.

À procura de novos sonhos,
Aproxima-se a furiosa correnteza
Que lava todas as angústias enternecidas
E faz nascer uma flor em cada dedo da mão.
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