Luz e Sombra


Na claridade vejo meus poros
Na sombra, minhas ilusões
Figura e fundo...
Casca e Miolo...

Na luz vejo meus olhos
No escuro, meus fantasmas
Sem me distorcer em vultos
Enxergo melhor em luzes apagadas

Na solidão, o espelho é visível
Repentina, toda claridade me cega
O ouro em pó se derramou
Percorrendo os vãos da escada
Quem sobe, sem medos,
Enfrentando seu próprio breu
Reluz, cintilante, adentro madrugada.

Madura Idade


Depois da poda
Encontro minha força
Falo com o corpo inteiro
Porque falo mais do que palavras


Desisto e insisto
Pois que, a vida me espera
Profundidades me agradam
Superfícieis, estas, já me são ralas!...


Nasci, de nada sabia
Cresci, desejando conquistar
Aprendi com as águas a ser flexível
Com as pedras, a ser firme


Tampouco me importam as aparências
Como fumaça, sobe e some

Prefiro a terra, úmida, palpável
Que com segurança, vejo ao longe
E onde, madura, posso pisar!

Em Algum Lugar


Vinda de um outro lugar
Por suaves brisas trazida
Perdida em seus sonhos aqui chegou
Em sua bagagem, apenas sua essência
Em terras estranhas entrou


Incômoda sensação de não pertencer
No coração e na alma
Uma teia de vida à tecer
Num emaranhado de francas emoções.


Do seu passado, nada a saber
No presente, pés descalços a caminhar
Futuro, apenas incertezas é o que há
Sua mão sobre o peito, sente...
Sua vida a pulsar.
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