Junto ao Ipê


Junto ao Ipê amarelo te espero
Juntos no amargo regresso
Nos galhos molhados de sereno
No suor amargo, doce veneno

Juntos a cada hora da partida
Corro contra o vento do tempo, denso
No chão, áspero e úmido piso
Soltos depois do abraço intenso

No ar fica o teu inebriante perfume
Anos passam, mas ainda me habita
Todo aquele olhar de insustentável encanto
E o calor surreal das tuas mãos trêmulas

Flores solitárias caíram silentes
Algo se perdeu no ar,lúgubre, doente
Suspensa em hiatos, sem nenhum adeus ,
Respiração calada, velada e convergente.

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