Clara Idade



No varal, ao sol , vejo penduradas
As roupas que ontem usei
Correndo atrás de um tempo fugitivo
Por toda uma vida
Cortejo, apaixonadamente, a poesia que desperdicei

Disformes, vejo as asas da gaivota que pintei
São pequenas, mas seu vôo é libertador
No sutil e leve espaço de ser
Minhas tristezas duram apenas uma noite
Amanheço, todo sempre, com uma esperança lilás

Diluída em água corrente
Atravesso as paredes do intenso vazio
Colorindo com lápis de cor
Desenhos de um teimoso destino
Feito e refeito em suaves curvas.

Um comentário:

Feänor disse...

Versos que mexem com nosso sentimento... Confesso que ainda não dei uma interpretação definitiva a eles. Vou ler e reler até que possa extrair com exatidão o que suas palavras suscitam nos meus sentimentos...

Sobre a indicação, não precisa agradecer... Seu blog é um dos meus preferidos. Tem poesias tão carregadas de sentimento e, principalmente, AUTÊNTICAS, que acho difícil alguém não gostar - exceto, talvez, alguém que careça por completo de qualquer traço de sensibilidade. Também não sei definir o motivo, mas seus versos possuem uma fluidez natural que é impressionante...

Se quer agradecer, continue escrevendo! É a melhor maneira de fazê-lo!

Beijos, bom final de semana!

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