Frágil


Um leve sopro me faz flutuar
No cheiro ácido do limão
Terra batida no canto do pássaro
Que depois da chuva, estufa de alegria

Junto ao tronco rosado do ipê
O vento leva folhas salpicantes
Contato este que traz desassossego


Me pareço, tem vêzes, como uma avenca
Frágil, indócil, no meio do campo em desalinho
Ou então, tal como filhote indefeso
a esperar ansioso comida no ninho.

2 comentários:

Naeno disse...

Cada um tem sua situação de indigente ou zeloso por alguém que não se deseja ser. A antipatia que temos por nós mesmos quando nos damos a sonhar com o volátil, que para fugir basta acendermos um cigarro, é quando estamos sonhando demais. Mas acordar não é o melhor remédio, dormir sobre as campinas ralas e frias mas que não molham nossas roupas brancas. poderia ser melhor, até do que cantar, de loucos.

Um beijo
Naeno

Feänor disse...

Seu poema me trouxe um forte sentimento de despreocupação...

E pensando bem, acho que nunca deixei de ser um pássaro no ninho: to sempre correndo pra baixo da asa da minha mãe-coruja rs

Muito bom!

Não sei como você consegue essas fotos, que ficam tão perfeitas e são tão expressivas pra combinar com seus poemas...

Ah, e sobre seu comentário no meu blog:

Achei seu poema (o dos comments) melhor que o meu... Com toda sinceridade. Ficou excelente! E bem menos soturno, também...

Related Posts with Thumbnails