Rascunho de si mesma



Rolou abrupta escada abaixo
Angústias e tristezas a empurraram
Cruzando despenhadeiros de sua alma
Recolheu no lixo sua própria imagem.

Na loucura própria de quem ama
Refletiu-se em delírios numa tela branca
Assistindo o filme de sua longa estória
Assumiu a direção de sua própria vida

De suas amargas lembranças, despediu-se
De suas velhas roupas, desfez-se
Fechando todas as portas de seu passado
Deitou-se, dormindo esperanças.

Aturdida, a si, pediu perdão
Na noite ficou, amanhecendo com o sol
Pode ver, no rascunho de si mesma, seu fresco reflexo
Pronto, refeito, repleto de novos devaneios.

Um comentário:

Anônimo disse...

olá!

parabéns pela linda junção do poema com a imagem surrealista!
fiquei curiosa: quem é o autor dessa imagem?

mais uma vez, parabéns!

=)

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