Infância


Tenho saudades de mim... Criança!
De um tempo em que, todo tempo era um tempo todo meu...
Das roupas nos varais e o cheiro de leite e bolinhos de chuva, à tarde.

Compondo canções num piano amarelo, músicas que embalariam brincadeiras sutis e demoradas.
Saudades em que todo tempo era tempo dedicado à imaginação...
Ser feliz era brincar de amarelinha, e o sol dourado fazendo sombras nas mãos, que viravam bichos animados nas paredes; e a comida era um simples punhado de matinho, colhido fresco, num prato de plástico. Água suja de terra fazia um café quentinho para aquecer as visitas.
E o mundo inteiro cabia debaixo de uma casinha de um metro, com móveis de madeira rosa.
Tinha a profissão que desejava, e num piscar de olhos, uma professora passava a ser aeromoça, ou um motorista de ônibus... Ou presidente de um país distante!
Um branco papel virava um barco em mares revoltos, ou uma linda gaivota voando alto demais!...Perto de Deus, talvez...
O céu tinha a cor do desejo de ser feliz.
Mas, as nuvens passam depressa demais!...
E carregam nos braços, sem permissões consentidas, toda uma tímida infância... Apenas resta um caminho a escolher: O caminho de crescer!

Um comentário:

Fernanda Passos disse...

Ah! A infância......quantos poemas essas doces lembranças já inspiraram.
Linda.
Tem surpresa pra vc lá prosa na veia.
bjsssssssssssssssss

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